quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Não permito...


Há alguns dias coisas estranhas vem acontecendo.. E eu poderia fazer de conta que não li, e ignorar. Já fiz isso na vida, muitas vezes. Mas limites somos nós quem colocamos, nem tudo pode ser permitido. Não poderia deixar passar isso em branco. Não mesmo. E é para você que vem rondando meu blog por aí e comentando anonimamente como se fosse o dono(a) da verdade, como se o que eu escrevo estivesse destruindo alguém, como se me conhecesse, como se um blog fosse o suficiente para montar e julgar os escritos de uma pessoa. Ei, não sou escritora. Eu sou apenas uma amadora das palavras. A título de curiosidade, não comecei a escrever da noite para o dia. Tudo foi acontecendo naturalmente nos pueris dos meus 13 anos, hoje tenho 27. Foi um bordado bonito e despretensioso que a Poesia teceu em mim, cada dia um pouquinho. Gosto de ver o deambular das letras e ouvir o som das palavras. Eu as escrevo também como quem dedilha um piano, decifrando notas musicais (...) E apuro também, assim como um corpo em movimento, arpejando andante em minh´alma o que na do outro já escapou. Eu não escolhi, não decidi escrever, não desejei isso, aconteceu. E se estou ou não falando muito de dor, amor não correspondido. Não importa, mas eu sei e sinto dentro de mim que meus textos e poemas estão naturalmente se renascendo da dor.
Portanto, leia outros blogs se não gosta do que escrevo, tente VOCÊ escrever do jeito que gosta. Porque eu não escrevo por encomendas, não escrevo pela vontade dos outros, e nem tampouco pra sua. Eu escrevo pela vontade dela, da inspiração. E os gerúndios? Faça você, a sua conjugação. Eu acredito no Amor sim. Acredito nos teares da humildade, das permissões das mãos que podem curar-se, e volto a dizer; poque o tal Amor também já é cura, mesmo sendo também dor.
E quanto ao que você imagina de mim, deduz; suspeita de mim.  Eu sinto muito. Muito mesmo. Eu não permito tais imaginações.

Encontrei ontem um trecho de uma pregação de Pe Fábio de Melo e diz:

“Você? Você sabe quem é você. Agora eu pergunto: o que você está fazendo do que você sabe do que você é? Porque uma coisa é a gente saber o que a gente é. Outra coisa é a gente saber o que a gente está fazendo com o que a gente é. E pior, o que a gente está deixando com que o outro faça de nós. Porque tem muita gente imaginando você. Muita gente me imagina. EU SEI QUEM EU SOU. E não tenho direito de me transformar na imaginação do outro, porque pode ser que o outro, esteja me imaginando totalmente diferente do que Deus me FEZ. E entre o que Deus me fez e o que o outro me imagina, eu ainda prefiro ficar com o que Deus fez.”

(Fernanda Fraga)


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Entre(laço)

   Lá fiquei a observar apenas com os olhos aquelas raízes que se birfucavam por entre os meus pés pequeninos. Ela era frondosa, suas folhas eram como cachos rochosos que se atravessavam nos arvoredos até que meus versos saíssem em descompasso no ponto, no abraço dela. E aceitei o convite para deitar em seu colo e ficar ali a fazer desenhos com a pontinha dos meus dedos nas nuvens do Céu.
Rajados de vento no ar tranzitavam. E o nascer dos meus sentimentos eram conduzidos ao seu caule, como em minhas veias. Seu crescimento era ordenado e firme, tal qual como a margem da minh´alma. E da lâmina macia da brisa que cortava meus silêncios. Entre o seu dorso amadeirado, penetrei naquele aconchego; os galhos faziam-se de repouso e balanço para os meus sonhos.
Enquanto me ajeitava sobre suas folhas no chão enraizadas, na frescura de sua sombra; meus olhos novamente acompanhavam o movimento verde prado do tronco; que mantinham enquanto o vento fazia-se de dançarino com ela. Um instante apenas, ali absorta naqueles braços, ainda que por um instante. Eu pude encontrar a dimensão de Deus entrelaçado em mim.

(Fernanda Fraga)


“Da raiz que me fez fruto, desfruto a Divina condição”. (Fábio de Melo)

Imagens: Google sem site especifico.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Ser também Vida...


Os sons dos passarinhos abrem as cortinas do ent(arde)cer na trinca do dia.
Do fundo, do que vem de dentro e não lá. Nem tampouco das lembranças, mas do que é.
Do Ser regente da memória que fui e vem florescer. Tornei-me canto nas tardes onde o sol a(dor)mece sozinho. Para deixar de ser apenas manuscrito dobrado, ou tela amarelada a tecer só rabiscos. E em suas asas voar alegre. Cantar liricas, de tão macias e fortes a desfazer as opressões. Querer reportar as dores sem submissões, porque em todo o tempo; elas me são redimidas.
Um veludo tonalizado de Outono se desdobra em meio aos suspiros, nas insuflações do meu diafragma. Alguma parte sua avistou-me por aqui, num monturo de pesos e levezas que às vezes o peito aperta e vem em mim dúvidas. As sombras sempre vão existir e confesso que todo o horizonte que Celebro; mesmo sem o seu Amor, faz em mim ser também Vida.

(Fernanda F. Fraga)

Imagem: Google sem site específico.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Culminara seu Amor...

Nas areias da Ilha, ele já partira
Vejo-o bem lá, a remar sem acenos
Sua imagem levita em mim, mas não pousa
Sentinela aberta que o fôlego consumira
Lancei nos versos,
Nas dunas a sua continuidade
Foi-se como faísca; breve nota, mas sustenida
Vi seu desporto, sua travessia
Minh´alma descuidosa, desarmara
Própria dele, deixou-a partida
Própria dela, sedenta
Pela água que não alcança e não consome.
Própria dele, com Clara.
Própria dela, sem o lume.
Próprio dele, com as pétalas.
Própria dela, sem a Flor.
Algum artefato que mobilize
Suas inspirações em texto-vida
Seus oásis desfigurados
Sequidões, agora em Poesia.
Um olhar na fissura lhe atenta
Para conjugar em corpo
Remodelar a Palavra
O colo, cujo verbo invariável
Culminara seu Amor.

(Fernanda Fraga)

Imagens: Google sem site específico.


domingo, 12 de fevereiro de 2012

Uma Cura...

   
Uma das coisas mais bonitas e preciosas que fazem encontro com as minhas fragilidades e as de quem me olha, de quem me ilumina, de quem ver em mim uma imensidão de Deus bordado em poesia.
É os teares da humildade, das permissões das mãos que podem curar-se, porque o tal Amor já é cura, mesmo sendo também dor. A nos fazer ser na Vida, memória. Sem querer viver pelas sombras; bastidores, ser peça principal, céu estrelado. De alma nua; com dor, mas amando.

(Fernanda F. Fraga)

Imagem: Google sem site específico. 

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

De uma Saudade...


De uma Saudade

Oh! Eternidade das tardes e noites
Vem rasgar o véu, corroer a dor.
Da ausência sobre-humana
Embebida de ais de Saudade.

Vão comprimindo meus dias.
Que se misturam de medo e coragem
Oh! Venturas e desventuras
Do arado esquecimento

Que se perdem
Pouco a pouco...
Nesse arcabouço etéreo
Em melancolia.

(Fernanda F. Fraga)

PS.:  Serra da Canastra – Foto - André Laine


domingo, 5 de fevereiro de 2012

Apenas Metade...

Um suspiro bom, exalado nas páginas que ampliam inquietações e a paz vocalizada entre seus dias e os meus. Mesmo sendo apenas metade, mesmo sendo contramão do rodapé da casa e da folha em branco. Do cabeçalho sem margem, sem linhas nas minhas; entre uma porta aberta e uma janela perpassada no ritmo e na valsa de suas brisas. 

(Fernanda Fraga)



PS.: Imagens Weheartit  
Um comentário meu feito no texto Invasão de Paz do Blog Re-Nascimentos de Rafaelle Melo, virou esse pequeno fragmento postado aqui.
 

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Amplidões...


Deixa-se escorrer nas frestas, pelas beiradas; nas amplidões, elas sempre nos mostram algum poema colorido, um laço-de-fita desembrulhado; onde suas reticências são apenas as demarcações de todo seu infinito.

(Fernanda F. Fraga)