segunda-feira, 28 de maio de 2012

Conchas Sonoras...


Debruçou os olhos nos meus
Num arabesco indivísivel de nós dois
De nuvens, horizontes e mais nada
Mas ouvia-se conchas sonoras,
Sentia-se a seda destilhada, do puro orvalho e seus sentidos.
Um nácar, desejoso para ouvir e para ser.
Ouvia-se réstias, estivais alargando as íris;
fervores no peito repercutiam
Eram amanheceres, solares;
Insuflações diafragmáticas.
Um silêncio desbravara todos os meus poros, o mar – Amor.
Principiara –  repousar sob a brisa
E desfolhara a flor.
Por isso, soltei o vergel dos meus beijos nos teus cílios
Para trazer pra perto.
Como quem concede sabores:
- Tua lira em algodão-doce
E se derretiam em nossas bocas.
Por mãos sem improviso;
Por versos a desembrulhar as memórias da minh´alma.
Desdobrara: - O sol de meio-dia;
Hora que não é meia e nem se repartira
E tudo, tudo o que pressinto transborda
Para clarear os olhos, para aconchegar;
Devorar-se-ia, se soubéssemos, de tudo que nos vem em Prece.
Em algum trecho, um papel embrulhado, um aceno
Agora pois...
Deponho-te sob a plácida Estrela
Enquanto a lua desponta o Mar.
Enquanto o que há em mim perdura no clarão dos círios
Enquanto a saudade infinda
Enquanto o manto que nos cobriu é volúvel
Um eco com vãos;
Que o tempo transmuta
Diante de uma cascata poética entre meus braços
Sob tua fuga e o meu caminhar
A sorvir nos lábios, nas dunas
Do Mar e de mim.

(Fernanda Fraga)

quinta-feira, 3 de maio de 2012

terça-feira, 1 de maio de 2012

À margem sacramental...


Da ventura dúbia findou-se algum pranto
Driblou o oceano dos aléns de ti.
Anéis, diversos, soltos nos embaraços das mãos.
Desmedido o desenho das linhas, dos lábios
Tão macios e adocicados se fizeram compassos
Em próprio deleite - não despedida.

Por destrás das nuvens, no chão, suas cores movem-se a mim.
Projeto-me, na medida, que a distância já se faz contida;
Mas não ao Adeus descrida
Em um breve traço saudo a ti.
Lira-cântaros, arco-íris, desprega ao Céu jardins.                               

Sob o verso que se inclina
Atravesso, ousada aos teus olhos pelo Mar alvedrio
Aplacou-se, a um solitário navio
Onde está o seus rastros?
Por onde andas?
- Nas Brumas, dunas, de Ilhas-espumas de igual mistério
Desdobrado em meus ouvidos, íris-submersas, sede assim – papel embebido
Viração, revolto, tintas e pincéis mar(fins)
Reconduza a iluminária dos Ilhéus e bandolins - apaixonados;  
Pelo fulgor e seus artifícios

Será que deseja-me? – Desejas essa alma hermética?
Esse corpo, essas curvas e suas cadências barrocas?
Pele fina, sedosa; arcabouço esbelto, por ti virginal
Há um grito meu na praia deserta,                    
Nessa nota acústica que cintila meus olhos e a lua.
Branqueia, colore, rodopia; bebe e resseca-me à margem sacramental
É um oásis tão meu – vê-lo assim  A-m-o-r-de-perto; assim longe, longe...
O orvalho resvala, gesta violetas diante de ti.
Tão cedo os lábios se amaram
Vibraram-se n´alma
Que pernoita à espera de ser um dia
Os sonhos seus.

(Fernanda Fraga, Montes Claros- MG, Outubro de 2011)



OBS: Imagens do Google sem site específico.

PS.: Esse poema ou qualquer coisa parecida, há tempos me olhava, mas acabou se perdendo e se encondendo entre os outros, faltando coragem para postá-lo aqui; e hoje lendo tanta coisa, ele novamente veio à tona e resolvi postá-lo é antigo, mas atual.