sábado, 29 de janeiro de 2011

(...) Ser Inteira...

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Saltando por sob cacos de vidro e sentimentos teus. Macios toques a afagar minh´alma.
Em tempo fluido de águas claras, pus-me a rebuscar teus quereres, teus carinhos tão graciosos: pele a pele. Suspiros, arrepios, volúpia. Mas é difícil lidar com o passageiro, porque ela nasceu para o eterno.

E percorrera seus caminhos que exalam um perfume intocável, inausente e tão presente em mim. Ela vai todos os dias ao encontro daquilo que têm pincelado as nuvens do teu céu. Como aquela música que compomos aquele dia... Uma melodia matutina. Orquestrada. Pressentida. Peregrina. De Ópera divina. Por nossos beijos pautados e descompassados de lábios de venturas.

Onde ela suspirava pelas madrugadas a buscar seu alento, de abraços em noites acontecidas. Úmido gosto de beijos preenchidos, em cada canto nosso entreaberto. Sequioso. Eloqüente. Sim. Foste tu que atravessaste todo o oceano, território meu aqui escondido.
E foi alinhavando os contornos do meu corpo, me vestindo e desnudando com tuas vestes. No mesmo compasso que trouxe teu carinho a mim. Porque na verdade ela não queria ser só silêncio, só uma parte. Ela queria ser inteira.

(Por Fernanda F. Fraga)