terça-feira, 30 de novembro de 2010

Abraça-me em lençóis sem despedida. Eu - poesia enamorada!




Eu – Poesia Enamorada
                                           

Ó chuva, me molha
Caí como lágrima
De uma Saudade devaneia!

Se tu me anseias
Mergulho, insíguo em tuas águas
Transfigurada por esse Querer

Vou pincelando
Nos grãos de areia
A lua e os contornos do Sol
Para tua face sempre ver.

Afago-me...
Por sobre um alabastro sólido,
Translúcido em gotas!

E se tu me abrigas
Me plenifico em tua morada.
Ó chuva me lave, me molha.

Abraça-me em lençóis sem despedida.
Eu – poesia enamorada!



(Por Fernanda F. Fraga)


 

domingo, 28 de novembro de 2010

Partituras suas beijando nuvens coloridas e centelhas minhas soltas aí em seu peito.


“Minha alma é uma orquestra oculta; não sei em que instrumentos tange e range, (...) dentro de mim. Só me conheço como sinfonia” (Fernando Pessoa).

 

Pedaços de cristais soltavam pelas labaredas. Fluida música orvalhada. Lá, bem lá no meu céu dos jardins aqui exaltados. Montanhas, arbustos e toda uma sinfonia de notas, de partituras imaginárias. Eram águas de um oceano inavegável. Fascinante. Turbulento. Sons, notas de ventura e contentamento. Viam finas gotas de chuva para receber com frescor aquela tarde de Sonatinas. Uma silente completude de flor pura.

Ela ficava marcando aqueles compassos com seus trejeitos, com sua delicadeza, com o corpo todo. Ouvia sons musicais, harpas, cordas vibrantes, sons de violinos. Eles arpejavam e sussurravam colcheias, semicolcheias ao pé do seu ouvido.

Uma orquestra que visitava seus sentidos, seus afetos, seus poros, suas hemácias. Talvez fosse o canto de anjos, cânticos de pureza. E cada detalhe de sua alma era preenchido por essas partituras. Saltitavam em seus tímpanos uma verdadeira sinfonia de fluxos, lágrimas e nostalgias. 

Era uma fenda que o Alto se abria para compor aqueles dias tristonhos que ela parecera está. O Alto se encarregava, os anjos encarregavam de nutri-la, de regê-la com suas pequenas mãos, eram uma redoma que se fazia ali, em cada encontro, naquela Peça musical que era ouvida por ela. 

Foi um trunfo, nunca antes experimentado. Em poucos instantes sua alma era persuadida por um minúsculo espaço seu aqui incinerando o peito. Agudeza de sons. Uma fenda aberta que se propagava naquelas gotas minhas ali impregnadas de claves, bemóis, sustenidos. Partituras suas beijando nuvens coloridas e centelhas minhas soltas aí em seu peito. 

(Por Fernanda F. Fraga)  

  OBS:  Desculpem minha ausência quase um mês sem postar nada aqui, estava seca de palavras, de inspiração. E confesso que o texto sem eu perceber foi inspirado em sons de violino, pois fiquei e estou há uma semana ouvindo nitidamente sons de vários de violinos, violoncelos ao pé do ouvido mesmo. Não é a todo tempo, são sons que ficam cerca de segundos e passa, em relance. Como diz uma amiga minha esses dias no celular:  "pode mandar te internar", kkkkkk... Mas em contrapartida outra amiga me disse: "seu caso não é de enternar não  Fé, é  só Amor". Prefiro essa opção, kkkkk... Ouçam e vejam o link de uma música de Coldplay que amo: Viva La Vida http://www.youtube.com/watch?v=UTU1csGJ4lI