quarta-feira, 13 de novembro de 2013

A Bem-aventurança...

Com um iluminado traço recortou infinitas manhãs
Venturosa atravessava teus rios,
Agrestes equidistantes,
duas margens aplainadas por entre os jardins
Florais vestidos para perfumar outras mãos – senão as tuas.
Pétalas, aves e arrebóis
Cingiam-se o Céu e a Terra
Como lençóis a beijar o dorso, vielas da face;
Feixes dos cílios, o corpo a deitar defronte a flor.
Antes quando sombria desafinava os Cânticos
Cansava-se os pés, doía-a-se.
Lembrou-se outrora que teus gestos cristianizavam
até as pedras secas
Ainda que aridez fosse feito os teus trajetos
Enfeitavas mesmo assim...
No horizonte de tuas dimensões, ainda que temporárias
Nasceria em outros campos e o Sol desenrugava
a penumbra de tuas tristezas,
A se dilatar nas bordas
Do quase-aqui, exposto, solto;
Pra te fazer caminho novo
Enquanto teu lume percorre o parapeito dos ventos
São teus versos a acolher
Desenhando no lábio
A bem-aventurança
Para abrigar-me rente, em tuas aquarelas.
A ser a presença
Senão tua saudade
Teu nome,
Pra decorar minha boca.

(Fernanda Fraga, 07 de novembro de 2013)

*Site da imagem não encontrada no Google.