sábado, 25 de setembro de 2010
domingo, 5 de setembro de 2010
"Ela vai soltando seus anéis de saudade"
Ali naquele canto da sala, deitada no tapete plumoso, ela se desprendia entre uma música perdida no seu pensamento e os versos sonoros que se encontravam pouco a pouco naquele oceano de afagos, de promessas ali trocadas. Era inevitável que ela se entregasse a tantos sentimentos que outrora tanto desejou. Pois em cada encontro tomarias teu amor, como pétalas em tuas mãos.
Ela sempre deixou seu interesse mútuo àquela simetria de ternuras e encantamentos. Que ele também se refugiou por meio dela. A cada noite, em suas mãos ele delineava cada carinho, cada entrega... Porém, depois de tê-la tomado em seus braços e feito-a percorrer por caminhos que ela sempre ansiou está, ele parte para outro lugar; para outros braços. Feito folha que vai ao campo onde o vento saltou. Ele desmentia tudo, qualquer envolvimento. Dizia a ela que não havia nada entre os dois. Desconversava as interrogações da jovem perante os carinhos trocados, os beijos, as lembranças. Ela tentou percorrer o campo onde deixou seus sinais do seu amor orvalhado. Tentou ainda ir ao Sol recolher suas vestes de ouro, os lençóis, suas tiaras que prendiam seus longos cabelos, mas tudo foi em vão. Nada fazia sentido. Seu amado desmentia tudo! A cada esquiva daquele jovem eram vários punhais em seu coração. Sua alma doía. Pois sentia um amor puro, forte, entregou-se por inteiro a relação. Sei que tudo aqui faz falta, embebe-se do silêncio entre eles a cada duplicidade do amor.
Ainda deitada no tapete plumoso, ela vai soltando seus anéis de saudade, pois suas mãos não se adequam mais para colher suas pétalas e nem para as carícias. Ah, mas a mim, a mim. Atento-me aos versos sonoros, com lágrimas nos olhos; caminhando ao redor por todo aquele tabernáculo.
(Fernanda F. Fraga, 04 de Setembro de 2010)
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