sábado, 10 de maio de 2014

Reflexões...

Acordou-me desde o raiar do sol.
Aquele peso nos olhos a distrair os trechos
que ensinam-me a encontrar nos teus cílios,
os horizontes do não-estar
o lápis que grifa minhas certezas,
a destruir o caos.
Impulsionar os remos
Aplacar o Nau
Atravessar as melancolias
E os reflexos de mim,
Lições de ti;
Reflexões de mim;
Oblíquas revelam-me as sombras
Verticais somam-me ao Céu e a Terra,
Horizontais ampliam-me dos meus (des)caminhos
Todas as desordens e transparessências
Confinam-nos para vir-a-ser a imensidão.  
De tons vazados
Com esse pincel angulado,
deslizo em tuas ausências
Tateio de olhos fechados
Toda tessitura dessas raízes,
tua barba por fazer;
tua voz macia, o grave arcabouço que se veste ela
e fala-te a mim
Sob as asas, os flamingos rebentam sinos,
a pincelarem aquarelas aos meus invisíveis.
Singram teu aroma, um punhado de abstrações férteis, prontas;
dispostas a romperem tuas desatenções e repetidos sabores
E foi esse o inconfessável: te pontilhei.
algumas galáxias foram-te reveladas.
Apesar de toda lonjura, das gaivotas a suspender no vento,
o desnorteio do amanhecido dia.
Como não pontuar tuas margens, se elas me levantam voos?
Nos lambe os lados, debruça-nos nesse labirinto de parecença e deslimites.
Algumas gotas deslizam
por todo cotidiano dessas retinas,
máculas;
córneas;
íris;
pupilas;
escleras,
Navego por essas gradações adulteradas
Nos trilhos nenhum pouso dissonante
dos teus timbres a inaugurarem minhas horas
Sorvo dos teus sorrisos
Mar de tuas apreensões
a colorirem minhas entregas
Releio teu nome, nas letras.
(Fernanda Fraga)