quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Não seja um expectador...

Nem sempre o escritor, a poetisa, ou amador de poesias ao escrever a punho suas doçuras e rancores aos quatro cantos, é vivente do que diz. Assim como alguns pastores pregam sobre a mística de se viver a castidade antes de. Enquanto que algum deles, não vivem... E eu não tenho nada com isso, cada um tem a consciência pesada ou leve em seu travesseiro. Mas e aí? Aonde eu quero chegar com isso? E aí, que do outro lado quem lê e vê-ouve, capta a outra ação oposta do proferido, do escrito a punho. E o intuito contradiz, se desentrega, perde a integridade. Deixo claro que, aos escritores romancistas, cronistas ou amadores que se inspiram em outras histórias, em fato relatados, eles não fazem parte desse contexto aqui. Pois não vivem o que escrevem ao pé da letra, eles emprestam seus corpos, suas inspirações pra viver outras vidas, outras estórias e histórias. Mas eu digo em relação a nós, sabe? a nós mesmos poetas amadores, ou escritores já conhecidos. Que somos amantes da escrita, seja ela com o seu Graal de redenção ou ruína. Que escrevemos pra nos libertar de algo, pra desabafar, pra colorir arranha-céus cinzentos (os nossos próprios até), pra desejar viver aquilo, pra saciar os sedentos da alma, estagnados nos desertos de si mesmo. Entendem? Anseio tanto que todo aquele que escreve, seja íntegro e forte o suficiente e saiba o peso e a leveza de beber de suas palavras e tentar vivê-las. Não é fácil, sim eu sei. Não é fácil falar, escrever sobre o Amor, alegrias, sobre inteireza se já fomos tantas vezes passados pra trás por algo que achamos ser e na verdade não era. E hoje vivemos em partes, tentando ser inteiros. Isso já é um bom começo. O assunto é complexo e que possamos descomplicar e sermos mais práticos...
E Bem-aventurado seja todo aquele cujo dureza da vida, cuja dor e alegrias de suas palavras não é expectador delas. Vive e extravasa! (Fernanda Fraga, 03 de Outubro de 2012) 

4 comentários:

E.A.C. disse...

Bacana, Fernanda!
Mostrar-se ou ocultar-se nas palavras? Eis a questão.
;)
Abraço de paz.

Poeta da Colina disse...

A poesia idealiza, mas invariavelmente, sente.

Luana Barcelos Dantas disse...

Bem aventurados nós que podemos expressar , agir, sentir, mesmo que tudo saia pelo gargalho.A vida ,às vezes, cansa, desata nós, pede conflito em direção da liberdade, mas apesar disso,estamos sempre em busca de nos recarregar de fé, tentando inaugurar novos sonhos e concretizar novas realidades.beijos

Carol Righetto disse...

Escrever é uma maneira de criar laços e desatar os próprios nós.