quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Pétala Solar


O verso escrito,
Tem no risco os teus reinos;
Toda beleza pinçada.

São pássaros distraídos
A tomarem formas
percorrem primaveras
Lugar de aderências
     s u a v e s
       falhas,
      declives,
       vãos;
Um rosto pintado à mão
A despedaçar imperfeito
      ao feito
        que envasa
aos possíveis e silenciosos reflexos
que douram a infinitude.
Longe e incerta
Úmida de nós.

Por isso custa-nos ser
      p r o m e s s a
Custa-nos ser herdeiros do próprio jardim
Espetáculo a aliviar dos enganos
Pétala solar que deambule milagres
Uma dimensão mágica
A se fazer colorida,
hábil de sabores
das esquinas que não nos
e(namoram).

Sob alquimia desses imaginários
O papel desdobra-nos
Aquém de aguçadas singelezas
Carecem de coleções
que celebrem-nos
De aragens dignas aos teus pés.
As letras, elas próprias
Habitam os teus frutos.

(Fernanda Fraga)


*Imagem desconheço autoria.

Um comentário:

Wendel Valadares disse...

Fêfê, tuas palavras colorem o meu amanhã. Na tua poesia, não importa o dia ou a hora, o pôr-do-sol é sempre mais alaranjado. Tua voz, impressa no poema, desenha verdades sobre mim que jamais suspeitei conhecer.

Te quero um bem que só a poesia conhece.

Te abraço.