manto d´água, pronto pra desaguar?
Como não sangrar? Como não ver-se fragmentado
nesse mesmo calendário que condena,
que nos limita, e nos põe sempre inteiros um
do outro?
Que dispensa a forma, a querência,
as extensões noturnas, lençóis e a própria travessia?
Aquele olhar se desviando, mas que ainda
ver-se
nas íris dos reflexos alheios?
Como caminhar de mãos abertas, se com elas
querendo ou não, os lábios da Poesia sempre
nos unem?
Meus dias ardem, mas não me amarguram,
Meu verbo se desfaz, enquanto anuncio,
enquanto fomos.
Te apercebo abrigado em alguma história
incompleta
Eu era apenas um abraço a querer morar
contigo,
Sozinha – sou porto de nós.
Um verso assim sem nome, em dias azuis,
Entre aquele beijo silenciado,
Omitido em uma estrofe qualquer.
(Fernanda
Fraga, 09/05/2013)
*Imagem do Google, site específico da imagem não encontrado
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