Ela deseja ardentemente ser ausência agora, pode ser uma ausência qualquer. Nesse rosto desenhado de ternuras e finitudes. Nessa voz serena e cheia de verborragias. Carrega em si uma agonia tão desmedida. Um nó na garganta. Um amor recolhido, onde ele a reprimi para não dizer a verdade dela. É uma fuga, um desassossego, é tecer linhas de novelo no escuro.
Ela já não compreende mais essas provocações e de ser apenas convidada para fazer parte das alegrias dele. Ora por ele lhe procurar para dizer que está com saudade da outra, ou ora por ele está feliz por ter passado o fim de semana com ela. Procurando-a só pra esses desabafos.
Ecoando canções de um verão qualquer, espera-se que teu semblante retorne a ser um pedaço do céu, e seja terno para embalar suas noites e brilhar junto às estrelas do alto daquela pedra.
A moça-menina, menina-moça-mulher está em busca de seu amor-próprio.
Porque já cansou de ser presença esquecida, ignorada. E mirar-se aos teus braços sem medo e com desejo só pra ser presença em um dia, não; definitivamente não. Quero ser um verso qualquer sim; mas um verso para toda uma vida.
(Por Fernanda F. Fraga)
PS.: Inspirado na prosa poética da poetisa Priscila Rôde "Ela precisa ser ausência com lágrimas": http://priscilarode.blogspot.com/2010/10/ela-precisa-ser-ausencia-com-lagrimas.html
Escrevi esse texto ao som de Papas da Língua música linda "Vem prá Cá":