Antes mesmo que o Sol descortinasse da janela do meu quarto a
palência negril dos seus cabelos beijou-me o pescoço e banhou-me nos lábios de
sua noite. Um sabor de final da tarde já desenhara alguns traços, num pouso
manso no esvaziar da cidade. Vagueio em sua tez não devoluta, bebo dessas
cadências, deitada numa rede. Mas ela move-se inteira a colorir cada uma das minhas
letras e a me fazer ver músicas nos meus dedos, deixando gosto bom na minha
boca. E por recebê-la assim vestida de P o e s i a, dedilho-a debruçada em mim,
à espera do vinho à mesa, do drink, do Blues descontraído. Dessas ternuras a
compor rimas, a inaugurar prosas, teus gestos; tuas mãos marcando o Jazz. Um
roteiro inteiro pra colorir o Céu cinzento com azul cor de Poesia. E por recebê-la
inteira, me suscitou um verso, moveu-se infinita, plácida, cantante e o que
prediz em mim – a i n s p i r a ç ã o.
Seria caber carinho, seria transbordar em palavras. Havia de ser entre lençóis,
brumas, passeio bom pra redescobrir todos seus cantos e os meus, beiras, vãos, risos
e poemas. (Fernanda Fraga)
Sobre nosso sagrado.
Há 2 semanas