sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Das paisagens de mim.

A dor às vezes pesa um pouco, o olhar salteia as lonjuras desdobradas das paisagens da pele e principia o não caber das planícies arranhadas, todas dentro de si. Mas as bênçãos veem, veem pra ressignificar infinitos, fotografar a gênese do abençoado e o que carece de encontros. E do outro lado do reflexo sou eu, que vez quando se refugia dentro das belezas simples, pra beber um cálice do Sol e estreitar horizontes. Eu e esses caminhos, orvalhado de girassóis, hóspede de todos os vocabulários, de ser eu - e poetizar os outros. Enquanto a alegria se apressa no seu tempo e se revela por sobre a obra perene de cada letra do teu nome. Retiro as poeiras do chão, me sento e te olho e sinto o sabor. Vou descansar meus olhos em coisas delicadas, afinal quando as palavras nos pedem colo, o silêncio na ótica das imagens faz-se casa para abrigar sentimentos. (Fernanda Fraga, 17/01/2013)



OBS.: Imagens do arquivo pessoal cedidas gentilmente com Lucas Barros, registros de um circuito em Serro, Diamantina–MG e Milho Verde. Exceto o girassol.
Imagem do Girassol do weheartit

4 comentários:

Penélope disse...

E as casas que abrigam os sentimentos estão sempre iluminadas... Adorei a delicadeza e profundidade do texto.
Um abraço e lindar tarde!!!

Fabrício César Franco disse...

Fernanda,

Admirar a beleza que se esplende para nós, de fora, talvez consiga fazer ecoar aquela outra, de dentro, que é gênese de toda poesia.

Um abraço!

Anônimo disse...

Um texto metaforizado de forma bonita... o coração é sempre nossa maior morada.

Um Beijo!

A.S. disse...

É uma delicia ler-te... adorei!

Beijos,
AL