sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Das Escolhas...


Talvez seja melhor viverem seus conformismos, seus medos e indecisões. Suas rasuras e atrasos, pois não há acréscimo em viver do orgulho de não permitir-se; das frustrações daquele caminho cujo os passos, não tocaram. Não há incerteza maior daquele sabor acre a ficar na pauta de um rascunho que nunca ansiou ser esboçado. Essa amarra que desbota o desaguar bonito das coisas que vem até os lábios e delas voltam. É lamentável  ficar preso pelas escolhas e represar amorosidades desse fluxo findado e entregue nas próprias mãos. Nas batidas dessa Poesia a sacudir essas marés; do pedaço-inteiro que sou, mesmo partida. É angustiante também não se saber o que houve, do telefone mudo, da mensagem pendente, da porta fechada, do horizonte escuro, do sinal travado, da sensação de “expulsão” do beija-flor do jardim. Daquela casa da Poesia, do Amor, da ternura, do que somos nós, mesmo não sendo, além de algum sentimento ou estado de fato. Perdem o tempo, quando na verdade o buscar das coisas e nuances, de certa forma, se revela mesmo é no outro e para nós.
Por que sou daquelas que vivo minhas querências e incertezas também, mas eu arrisco e me inundo de verdades e sentimentos. E creio, que não seja fácil deixar a platéia. Nasci talhada pelo Amor, pelo desejo mútuo de completude, mesmo eu  sendo metade, impermanência. Não aprendi a viver de marés, de estações. Aprendi a colorir minhas coragens e deixar aquela lágrima cair quando tiver de cair, e deixar meus sentimentos bem limpinhos, puros e despidos de qualquer vir-a-ser, para o hoje e não um amanhã. Como sou feita de cheganças me desfaço de armaduras quando a vida me propõe ser franca. Por isso concedi as cartas, abrir as janelas de uma grandiosidade de quem se olha nos olhos e confessa-se ...
E eu mesmo, não perdi nada, pincelei meus arco-íris com os tons concedidos e guardo o que de contemplativo foi e é... Sopram naquela janela colorida por sinal, a mesma brisa, o mesmo Amantes-amados, beijando as águas na maciez que agora lavo minhas mãos.
(Fernanda Fraga)

4 comentários:

Aline Goulart disse...

Gosto muito dos seus textos. São bem detalhados. Cada palavra lida é um sentimento expresso. É um palavra que toca.
"Por que sou daquelas que vivo minhas querências e incertezas também, mas eu arrisco e me inundo de verdades e sentimentos." Somos duas.
Beijinhos estalados e um ótimo fim de semana.

Carol Righetto disse...

Com o olhar desarmado, com a alma entregue.
Que o amor sempre seja a escolha certa!
Bjos Fer

Luana Barcelos Dantas disse...

Nossa, que lindo, maravilhoso, voce escreve bem demais!!!
Eu também acho que não se pode ser coerente consigo mesmo, vivendo de máscaras.bejinhos

Gabriela Castro disse...

Como eu digo: O mundo precisa de mais coração e de pessoas que se permitam sentir, amar e se entregar. Lindo, Fê! Beijo meu ;*