sexta-feira, 30 de julho de 2010
(...) “Me envolvo em tranças de cabelos quentes
Me perco em frias flautas de bambu
Sou nota que insiste em seus dentes
Ganhei da vida o tons que fazes tu.” ( Larissa Lamas Pucci).
Esse ar sereno e brotante que cobria minha face de saudade escondida. Por entre meus devaneios chorosos, pouco das minhas mãos insistem em ter-te tão meu, tão nosso.
E de mim, cujos tons e sons se emergiam em beijos sequiosos, mas somente imaginários. Uma quimera que eu desejei dia após dia ter-te como alegoria, ou por gotas de um orvalho que pendiam no meu céu. Que o seu próprio olhar poderia se prender (se quisesse).
Poderia ser uma cumplicidade que tomava conta de mim, mas trilhei por outros beijos, tácitos, ávidos e cálidos, só pra nutrir-me de sol, de luz. Enquanto não o tinha ao meu alcance. Só que me perdia sempre, pois os beijos (do outro) não eram tão sinceros, ao ponto de flamejar, de elevar à enésima potência, todos os estandartes puros e ternos de uma alma tão singular.
Dedilhar amores ao piano, eu poderia, eu toco, eu me arrisco... Queria tocar notas intocáveis, há um som de arco-íris que só se pode ver e ouvir, assim; na plenitude. Há muitos tons e cores incoloríveis.
(Por Fernanda Fraga, Fevereiro de 2010).
Assinar:
Postar comentários (Atom)
5 comentários:
Fê, que lindeza esse texto. Fiquei encantada!
"E de mim que anseia expirar e colorir tela por tela os teus desejos mais profundos, suspirava se permitisses, sê-los também."
Que perfeito!
Vai na Fé... que belezura!
(Me falta um pedaço nosso)
Obrigada pela visita ao trem.
Beijo.
Tuas linhas são poesia...
Que fofo teu canto, adorei!!
Tú escreves com a alma!!
Voltarei mais...
beijoss
E se eu sequer imaginasse que escrevia tu assim já tinha vindo te visitar a mais tempo, mesmo que o tempo ainda estivesse pra mim como está, fugitivo, por entre meus dedos, tentaria agarrar entre os minutos , um minima pausa que fosse , só pra te sentir menina. Um soerguer de sentimento em cada palavra que escreves, lindo...lindo. E saudade é assim mesmo, faz-nos desejar mais, sonhar mais , sentir mais e tb escrever mais.... e a tua saudade não é dessas que dilasceram, que correm, doem,e até matam, ainda a sinto como dessas saudades que nos fazem sorrir(já dizia a Ana jácomo ,né!)
Bjos Fernanda,e já vou me avizinhando que é pra nao perder os caminhos de ti,quero voltarmais vezes.
Erikah
O amor tem disso.
Restaurar o nosso sentir mais profundo...
Belo texto querida.
Te abraço com carinho.
Postar um comentário