sábado, 12 de setembro de 2015

Sobre desistências...


Deito teu silêncio...
Que é onde sei das muitas margens
E qualquer coisa finita,
Singular – una – plural;
Confere-nos arrebatada percepção
Que corroeu-nos tanto;
Ardem-me essas intensidades todas
Essa tua sutil angulação
O feitio frágil dessas escolhas
Esse ter que buscar-te sempre pela mão
Quantos foram os nossos erros?

Quão diminuto tornou-se?
o arcabouço, rio – raiz,
O lume, a flor;
O olhar, o pássaro,
O oceano nos olhos;
O amor, as asas,
a alforria?

Choca-me tua inevitável partícula
A se desfazer bem-querer
Dos teus reais lugares.

Às vezes resistimos a somar melodias;
Ao tom do outro, a voz anunciada
Relutei: Não, ele não era o meu moço!
Vibrava uma ciranda, ainda que sempre – longe;
Era teu, ele só não sabia disso.

(Fernanda Fraga)


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