domingo, 14 de julho de 2013

Mirante...

Pedaços soltos cingem meus dias
Me visitam sussurros sem tua voz,
Pendulam tuas delimitações
nos vãos da porta, sem aceno algum
Olho na fresta entrecortando o Sol,
Desmisturas os movimentos
Minha memória semi-presente
Olho pr´as nuvens,
deito meu cansaço na montanha mais alta.
Tentando vasculhar teus fragmentos
reflexos de paisagens minhas
E não te vejo mais,
Não mais...
Minha língua saboreia o agridoce espaço
Mirante, saudoso, vasto.
Um gris desliza nos olhos
Hoje o Mar chorou por mim.
 (Fernanda Fraga) 

:::”Reduzistes o meu universo a pedaços que navegam no espaço sem sentido, vertiginosamente, enquanto eu guardo no céu da boca para encher a tua noite de estrelas”. (Albino Santos)
*Imagem do Google, site específico não encontrado.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Sabia ser...

Tinha nos rastros
A métrica de ser além,
Olhar os detalhes, timbrar dobraduras,
Pintar cores e com elas nos dedos,
Tentava salvar a si,
Plexo Solar decorava medidas.
Viva, se despertencia do peso,
Se distraía das opressões,
Mascarava desilusões,
Tinha no abraço
A extensão do seu abrigo,
Desabrigava lonjuras,
Morava dentro do verso
Satélite de cenários encantados,
Sabedor de suas letras, vogal maior
Era amada, enquanto apenas versava
Enquanto o outro habitava dentro da rima
Paragrafo,
Pausa – aberta
Sabia ser.
Era qualquer coisa que fosse além,
Que fosse Amor.
(Fernanda Fraga)

domingo, 7 de julho de 2013

Flautas de bambu...

Aqui onde a curva de Minas sobe um pouco mais,
o Céu também ganha outros estandartes,
peça de quatro mãos.
Dali o Sol em degradê se esconde,
e é agasalhado pelo polvilho que verbera tal qual algodão doce
a deslizar em teus lábios e tua língua.
O vento faz cirandar os galhos das árvores,
que até cantam entre as frestas das folhas,
por serem flautas de bambu namorando os ouvidos teus.
Mas o Céu, ah o Céu, com suas nuvens nubladas,
também beijam aquarelas
com os pincéis dos teus olhos.

(Fernanda Fraga)

Em um dia nublado em Montes Claros – MG 04/07/2013.

*Imagem do Google, site específico da imagem não encontrado.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Ressonância...

Olhando assim, preso emocionado olhos,
Já que não nos cabe nas mãos, incitar as águas
E todas as válvulas, artérias
e subclávias do Amor.
A todo esse fluxo à beira do Mar de tão - finito.
Porque desmisturamos o simplório.
Soubera eu da facilidade palpável do seu imediato.
Minha ressonância vibrante,
meu ventrículo esquerdo,
pulsátil - visceral.
E veio,
viu,
mas não me olhou...
Passastes junto, suspirou,
mas não quis me apreender.
Tão na pele,
descomprimia a falta,
os óstios – meu bem-querer.
detalhe a perfumar meus trilhos,
Minhas vértebras, raízes desalinhadas,
passa-te devagar.
Olhando assim, bem aqui no cume mais alto
Vejo mirantes do Sol te desenharem
Tuas dimensões deambulam sob meus cílios
Cumprem teu florescer em mim
Meu atlas, tua nota maior,
sentido meu.
Afagos e coleções de memórias me namoram
bem à nossa margem, oceânica.

(Fernanda Fraga)
*Imagem do Google, site específico da imagem não encontrado.