Foto Daniela Cabizuca
Aquelas notas cheiravam a
rastro d´água,
Das nuvens aprendi o
cirandar das sílabas e a geometria dos dinossauros
Uma Ode à criação artesã dos
meus contornos
Meu nau de verdades e
mentiras,
que por hora colorem,
se desbotam,
se aquarelam,
A fazer-se brisa,
voo;
árvore,
Impressões da beleza que aos
olhos
Se inspiram e imprimem ao
hábil ofício do seu gênero.
E bem lá, no lombo da serra
O esguio pé de tamarino imóvel,
Esgalhado sobre as raízes do
jatobá,
As aroeiras arredam do chão
a palavra
Seu acontecer tem água nua
Rasgões, línguas e desvisões.
Viram margem no dialeto mineiro
Se repartem aos maracujás no
arco-íris
E tem a transbordância de
calçar-me de terra
Meu habitar tem a geografia
de João-de-barro.
.
Feito espiral o poeta macera
o timbre pousado na letra
Uma encantatória orquestra
que carrega no refrão, seu firmamento
Desenrola o novelo, desenha
entrelinhas ao sabor dos frutos
Segue a ordem natural das
palavras,
A lembrarem do Amor,
Da alma que apreende da
pétala, o teu letral,
a fragrância da estrofe.
Decerto entre as vielas há
um sopro agravado,
Insuflado, uma composição a
se afinar
Enquanto a breve clave
expande
Ao minúsculo espaço da
flauta
A soletrarem quimeras, de
pura erudição
O diafragma incendeia o
verso na ponta do lápis.
(Fernanda Fraga)
Fernanda, que poesia linda!
ResponderExcluirEspero chegar assim perto de ser peota como vc.
Abraços Mika,
Pensamentos Viajantes
Oiiii!!!!
ResponderExcluirQue delícia passar alguns minutos aqui no seu cantinho! Adorei!!! Voltarei sempre!
Beijos!!!