Olho-te entre as planícies, estes jardins a alimentarem os meus olhos.
Florais que me são como vales, embebidos para percutir nos lábios dos rios – dos teus amanheceres. Meteoros de um dia que
não finda, que não perdura nas fendas, que não sacia minha boca. Suspensa,
abocanho tua gravitação; a tombarem, a rangerem, a afagarem na sabedora pétala,
onde o meu verbo em ti infinda um pouso – d e s á g u a.
Aninham-se alguns cílios de império
botânico, lacrimejam-se nas pálpebras da intacta espera. Acaricio-os, enxugo-os
para ver todas as Luas nascerem, rebentas no aqueduto de tuas lembranças que me
são como tímidos trovadores de pintassilgos. E nos perdemos em que ternura, vestiu-se
de hiatos. Assim soltei um manancial de visgos para reacenderem meu fôlego pelo
Infinito. E guardar esse relicário de
bem-querer nas frestas de nós dois.
Emparelhados os vaga-lumes vagam nas facetas ósseas. Frouxidões de feixes
escolióticos, entre teus dedos que jamais romperam a amplidão de nós. A um
amanhã que trespassou meus ontens. E rasuraram eloquentes nas fáscias aderidas
sob teus silêncios. Espaços de uma moldura a dissolver o que não coube para
tuas promessas. Insones vaga-lumes voam nos vasos, nos vãos do lume. Em um vidral
pendurado na memória a refletir o céu dos dois lados.
(Fernanda Fraga)
*Imagem site Google, sem
especificação fidedigna da autoria.
Sentimento como a natureza, nasce sempre do mais profundo da terra.
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