Tens de mim todas as estrofes. Luares onde aprendo silenciosamente a
guardar-me em canção. Tens tanto de mim a transbordar nos Lagos, nos montes. Nas
tardes em que a chuva te bebe, te saboreia, e colore tua pele. Enquanto minhas
mãos, te afagam e te fazem sinfonia e minha amplidão. Invento gaivotas, para
confessar cantante o tom da tua voz. E os desenhos das tuas asas, para que eu
seja templo para o teu pouso.
Terra sossegada em que repercutem manhãs. Paisagens que se enfeitam e engravidam nas migrações do meu perfume. Pois tens vestido de ausências e soube rima navegar contigo. Onde meus
gestos se sustentam a reger toda pintura e entornam o teu Sol. Tintilando cintiloso - a
confessa vibração do teu nome. Que só sabem tocar a minha boca. Tens pássaros e
lascas de giz de cera. Pondo-se em cores a se ascenderem onde não estás. Poente
és tu quando voltas. Verso-te com a mesma sonoridade - quero de(morar) no teu
beijo.
(Fernanda Fraga, 13 de março
de 2014)
*Imagem com autoria não encontrada.
Quando somos, temos a completude das belezas dissipadas no tenro tecido do amor. A gente versa o sabor em versos, culminando os desejos nas mãos um do outro.
ResponderExcluirPalavras soberbas querida Fê. Um desdobramento de poesia que acumula doçuras nos olhos.
À espera do seu livro. Faça. =D
Beijo querida.
<3
Há, Fernanda!
ResponderExcluirQue coisa linda e apaixonadamente leve!
Parabéns pela sonoridade e amor com que escreve e vive! Obrigada por compartilhar conosco!
Demasiadamente suave, sereno e profundo....beijo
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