quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Onde nossa duração agora, já é eternidade...


Percorro a demora deslizante da ponta do lápis a reticenciar sua alma no papel da minha pele. Nesse exato momento o grafite turvo-cinza encontra seu colo regendo-me numa oração serena. Cristalizo o verbo conjugado experimentado por nossos lábios; e alguns rabiscos por não passar e a ficar à espera de qualquer instante. Por viver, e eu vivo uma cronologia dos segundos, onde nossa duração agora, já é eternidade.
Ocupo-me de idas e retornos; agendas, roteiros e compromissos; de tempos a abrir e fechar os cílios olhando o céu que se resplandece quando o Sol beija o íntimo e liberta. O mesmo solo, o único; que me tem alinhada por meio dos seus sorrisos a sustentar os brotos, que de ti me Floresce. Envolvo-me a escrever mais e mais o que a Poesia me propõe: purificar qualquer coisa; qualquer pano de fundo que me seja encontro, troca.
Deito-me, levanto e já descalculo os ponteiros do relógio do quarto. Abro e fecho as janelas e não te encontro. Inquietou-me e evaporou na minha pele doçuras. O agora firma meus desejos e sonhos representados dias e noites. E acordei vendo você amanhecer em mim.
(Fernanda Fraga)


4 comentários:

  1. Fernanda, muitas vezes, não encontramos nosso amor lá fora, mas ele está dentro de nós.E mesmo que ele nos negue,existe...permanece..É assim que sinto!
    Amei seu texto, lindo como sempre!
    Beijos,
    Luana Barcelos

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  2. Fê, não sei se meu comentário foi enviado...estou fazendo outro, então..
    Amei o texto...o amor pode não estar fora, mas está dentro!
    Beijos
    Luana Barcelos

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  3. Fernanda,
    belo momento de puro sentimento. Gostei de aportar aqui, penso que voltarei. Bjs, Morna

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  4. Texto lindo, com o melhor amanhecer!

    Tenha uma linda vida!

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