Com um iluminado traço recortou infinitas
manhãs
Venturosa atravessava teus rios,
Agrestes equidistantes,
duas margens aplainadas por entre os jardins
Florais vestidos para perfumar outras
mãos – senão as tuas.
Pétalas, aves e arrebóis
Cingiam-se o Céu e a Terra
Como lençóis a beijar o dorso, vielas da
face;
Feixes dos cílios, o corpo a deitar
defronte a flor.
Antes quando sombria desafinava os
Cânticos
Cansava-se os pés, doía-a-se.
Lembrou-se outrora que teus gestos
cristianizavam
até as pedras secas
Ainda que aridez fosse feito os teus
trajetos
Enfeitavas mesmo assim...
No horizonte de tuas dimensões, ainda
que temporárias
Nasceria em outros campos e o Sol
desenrugava
a penumbra de tuas tristezas,
A se dilatar nas bordas
Do quase-aqui, exposto, solto;
Pra te fazer caminho novo
Enquanto teu lume percorre o parapeito
dos ventos
São teus versos a acolher
Desenhando no lábio
A bem-aventurança
Para abrigar-me rente, em tuas aquarelas.
A ser a presença
Senão tua saudade
Teu nome,
Pra decorar minha boca.
(Fernanda
Fraga, 07 de novembro de 2013)
*Site da imagem não encontrada no Google.