Ele sempre me intimidou, talvez pela largura do riso, que já vinha desprovido de armadura. Embora eu ainda, eu ainda esteja em rodopios... Afinal, mapeei andar de mãos dadas com aquele menino. Colorir todos seus papéis em branco. É dele todos os meus pensamentos, minhas certezas estão montadas num abraço de espera, todos os dias antecipo as horas só pra poder imaginar cada linha desse Amor pintado de arco-íris. Redescubro meus vazios preenchidos no além dele. Na estrada que perpassa por entre nossos próprios pés, ainda que inundados de silêncios e querer. Ainda que o contigo seja comunhão, poesia e templo seu. Ainda que a rima seja o único caminhar de duas almas, tocando o mesmo refrão na mesma sintonia descrita como elo, ainda assim menino, deixe que essa brincadeira de querer bem se fixe centenas de vezes em cada detalhe de nós dois. E traz o seu olhar para perto e de volta. E sane essa minha saudade buscadora do azul da lua, do frescor da sua Ilha. É você sendo o céu e a terra deitado em meu colo. Transborde em mim? Pele a pele. Gruda a tua fragância no colo dos meus pensamentos, risca a tua pele na minha feito caneta, deixe que este teu riso saia dos meus sonhos pra brincar de fazer caricatura do vento. Moço, principie. Venha impactar a poesia e seus beijos para dentro e suspire para fora de mim. Daquele jeito, de quando fomos tecidos a margem das últimas águas de março. Onde os afluentes de sua Ilha navegaram para algum encontro. Eu para chegar nos primeiros raios de uma manhã de abril e você a nascer um dia depois do sol banhado a lua azul: suas digitais nas palavras minhas. Acende a noite meu bem, com a tua estrela cadente, deixa que o mundo gire pra gente num sopro. Na nossa Ilha, chamada laço, no estreito do meu ombro, onde teus olhos vigiam a delicadeza do amor. E pincele seus nuances em mim, moço. Por entre meus olhos e seu queixo quadrado, a trazer nosso riso no cirandar da noite, só pra ficar contigo. É nesta dança de corações colados que meu pensamento se esmaga na quietude da tua voz. Teu silêncio é o verso que a minha alma precisa. É no carinho embriagado que confesso a saudade de estar ladeada novamente de ilusão. E a noite traz o brinde da lua, duas Ilhas e um Oceano de amor.